15 de out. de 2010

Dilma, Serra e a luta de classes

A máquina de divulgação de boatos do PSDB, juntamente com o ceticismo e a postura defensiva dos institutos de pesquisa, deixam a campanha eleitoral ainda mais aberta.

O trabalho da central antiboato, de sua campanha, salta aos olhos dos navegantes como tímida e que carece de articulação com outras redes sociais como Facebook, Twitter e sobretudo Youtube.

Aqui, no mundo real, a diferença de classe também se mostra presente. E é esse quesito que precisa ser considerado pela campanha de Dilma Rousseff.

Dados da pesquisa CNT/Sensus, sobre o eleitorado mostra que 70% dos eleitores que ganham mais de 20 salários mínimos (mais de R$ 10 mil) votam em Serra. Proporcionalmente, eles representam aqueles 5% da população que "odeiam" Lula.

Dilma Rousseff, por outro lado, tem 53% na faixa de eleitores que ganham exatamente 1 salário mínimo (R$ 510,00). Nas duas maiores cidades do Brasil - São Paulo e Rio de Janeiro - a diferença de classes se torna ainda mais evidente.

Nos bairros da Zona Sul do Rio - Leblon, Barra da Tijuca, Ipanema - vitória esmagadora de Serra; na baixada fluminense e Zona Oeste, vitória fácil de Dilma.

Isso mostra que a diferença de renda e social ainda é grande no país. Embora os esforços hercúleos em atrair os votos da classe média, agora se trata de acentuar essas diferenças sociais. Não apenas para ganhar a eleição, mas para mostrar de qual lado está o PT e o PSDB.

O PT tem tradição entre os trabalhadores do ABC paulista, os pobres e no funcionalismo público, de 98 para cá; o PSDB representa a elite brasileira, sobretudo aquela que reside no Morumbi e Jardins de São Paulo.

Fugir da luta de classes, diante dos avanços sociais conquistados, significa abdicar de um arcabouço histórico e social que configura a população do Brasil.

No Brasil, criou-se primeiro o Estado e depois o povo. O conceito teórico-prático de povo surgiu nos anos 80, com o processo de redemocratização do país, jogado na escuridão do regime civil-militar.

Apesar da despolitização e da abstenção bastante significativos, fruto da máquina de fazer boatos do PSDB, o momento é de acentuar as diferenças. Mostrar para quem governará cada candidato e sobretudo mostrar que Serra vem sendo maculado pela mídia correligionária.

Enquanto a Drª Cureau pede a cabeça de Paulo Henrique Amorim, em nome de José Serra, o Jornal Nacional omite, ou melhor, ignora a existência do empresário e ex-diretor do governo Serra, Paulo Preto.

É necessário vigor e disposição para deixar claras as diferenças e mostrar quem é José Serra e quais os interesses por trás de sua candidatura.

Eduardo Pessoa

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