25 de nov. de 2010

Dilma e o a velha mídia preconceituosa

Hoje foi apresentada a equipe econômica que comporá o futuro governo de Dilma Rousseff.

- Alexandre Tombini para o Banco Central. Tem um perfil mais técnico (era Diretor de Normas) e mais voltado para a área pública (é tucano, mas não é banqueiro). Precisa ser sabatinado pelo Senado Federal;

- Miriam Belchior para o Ministério do Planejamento. Ela continuará gerenciando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e promete um funcionalismo público mais centrado em metas e resultados e erradicação da pobreza;

- Guido Mantega permanece no Ministério da Fazenda. Promete austeridade fiscal e contenção de gastos para o ano que vem.

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Será que é isso mesmo?

Este blogueiro se pergunta se com a proposta de erradicar a miséria em dois anos, conter os gastos será a solução. Talvez o que Dilma fará será racionalizar, ou seja, orientar de forma mais específica e objetiva os investimentos do Governo Federal.

Para a velha mídia, no entanto, contenção de gastos, cortes no orçamento soam como "música para os ouvidos". É provável que seja uma reação a histórica entrevista que Lula deu aos blogueiros "sujos" ontem.

(clique aqui para ver)

Os tempos são outros. A mídia, embora faça estragos, não consegue mais se locupletar sozinha da exclusividade das informações. Como disse o presidente Lula: "eles são desmentidos em tempo real".

Dilma fará sim um governo "otimizado", com gastos mais racionais e investimentos mais focados, mas não deixará, ao contrário do que quer a velha mídia, de cumprir com a missão para a qual foi eleita que é dar continuidade às políticas públicas do governo Lula.

O sonho da velha mídia é transformar o Brasil em uma Irlanda. Clique aqui para ler o texto de Carlos Motta, em que os economistas e jornalistas rasgavam elogios à política neoliberal do "tigre celta". Onde está a Irlanda agora?

Pedindo empréstimos para sair do buraco criado por ela mesma e pela lógica de mercado que a regia. O medo da velha mídia brasileira é que ela não tem mais domínio sobre o Congresso, nem sobre a economia.

Logo a política econômica será totalmente orientada pelo programa de governo de Dilma, mulher prática e pragmática. Faltando 36 dias para Lula sair da Presidência e passar a faixa presidencial, a tecla utilizada pela mídia nos próximos 4 anos será a de que "Dilma não dá conta".

Ao mínimo erro ou vacilo que a Presidente der, eles dirão que "ela não dá conta". A mídia convocará mulheres, de todas as esferas do conhecimento, para repercutir que "Dilma não dá conta".

Eliane Catanhêde, Miriam Leitão, Dora Kramer, Cristiane Pelagio, Fátima Bernardes, Regina Duarte, Mayara Petruso e Janaína Paschoal serão todas convocadas para dizer que "ela governa para os miseráveis" e que "não dá conta".

O sexismo será a tônica da velha mídia contra Dilma.

- Por ter escolhido Mantega e não Palocci, como queria a velha mídia;

- Por ter escolhido Tombini e não permanecido com Meirelles, como queria a velha mídia; e

- Por ter colocado uma mulher no Ministério do Planejamento.

É certo que Dilma ainda surpreenderá positivamente todos. O que não surpreenderá será a onda de ataques que os leitores e telespectadores verão na velha mídia.

Eduardo Pessoa

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