16 de set. de 2010

Brasileiro feliz; mídia triste!

O brasileiro está mais feliz e consumindo mais, diz o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Segundo o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), 58,3% acreditam em momentos bons para a economia nacional.

A região Centro-Oeste (68,14%), junto com a Norte (66,19%) e Nordeste (66,30%) são as que estão mais otimistas com a economia. Outro dado interessante da pesquisa: o otimismo está presente sobretudo em quem ganha mais de 10 salários mínimos (69,23%) e entre os mais jovens de 16 a 39 anos (62,11% e 60,35%, respectivamente).

O índice aponta ainda que os pardos (60,96%) e os negros (63,77%) esperam momentos positivos na situação financeira do país. Os números mostram duas coisas: 

1) Pessoas que só lembravam das finanças na hora de pagar as contas, estão agora consumindo bens duráveis - carro, geladeira, casa, etc;

2) Pessoas que só eram lembradas nas novelas de época como escravos, agora estão mostrando a sua cara. Os negros e pardos não estão deixando sua cor passar em branco. 

A região Sudeste, onde fica o estado de São Paulo, tem 59,09% de expectativa. Um índice considerado "moderado", segundo a pesquisa. É provável que a porcentagem indique o momento que SP vive politicamente. 

Os números ficam ainda mais interessantes se se compara com a entrevista que o ex-governador, Cláudio Lembo (DEM), deu ao portal Terra. Para ele, o Brasil não tem mais partidos políticos, mas um "movimento social coordenado por Lula". Para Lembo, "a oposição terá um resultado mau, muito ruim no pleito, e sai sem voz".

A mídia, o braço forte da oposição, tentou desqualificar o IPEA, mas o instituto tratou de tornar públicas as respostas ao jornal "O Globo". O IPEA faz análises muito profundas, inclusive criticando políticas do atual governo Lula. Segundo o jornal carioca, o instituto faria pesquisas pró-governo. 

Basta ver o comunicado divulgado em 17/08, na página do instituto: "Em junho, a qualidade do desenvolvimento recuou". A pesquisa é balizada, sem elogios ao governo. Pelo contrário: aponta falhas e caminhos a serem melhorados.

Aonde está a pesquisa "pró-governo" que o jornal alega existir? 

Eduardo Pessoa

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