15 de out. de 2010

Marcelo D2: Mantenha o respeito!

Será que no 2º Turno, D2 vai "manter o respeito"?
Em Maio de 2006, Marcelo D2 lançou seu disco "Meu Samba é Assim". Inaugurando uma tendência no rap brasileiro, de misturar a música dos guetos com o samba dos subúrbios do Rio de Janeiro, D2 cativou os jovens.

Além disso, o disco tenta dissociá-lo da imagem de rebelde e usuário convicto de drogas, nos tempos do Planet Hemp. Em Meu Samba é Assim, D2 é um rapper que canta uma realidade do Rio de Janeiro e expõe as dificuldades que teve na vida para "chegar aonde está".

Ele está sumido da mídia: a mistura de rap com samba se desgastou e D2, hoje com 43 anos, se mostra descontente com a política. Nada demais, se verificarmos que Bruno Gagliasso, Paulo Vilhena e Maitê Proença representaram, no primeiro turno, uma onda pró-Marina. Uma onda que não foi só de "molhar bobo", mas levou a eleição para o segundo turno.

Ao contrário de Chico Buarque e Wagner Moura, que apoiam a candidatura de Dilma, D2 se mostra cético com a política. Seu último post no twitter mostra que ele está "cagando e andando para Serra e o PSDB". E mais adiante prossegue: "Minha tristeza é ver esse PT babaca e de direita".

Que estranho!

Logo ele, que além de seus sambas ligeiros e malandros, escreveu, no final do disco, uma "Carta ao Presidente", colocando-se a disposição a ajudar seu país no desenvolvimento econômico e social tão almejado por ele e todos os brasileiros. Na carta, inclusive, D2 escreve para que Lula continue fazendo um governo "para os trabalhadores".

Se ele está falando de Palocci, Azevedo e a turma "clean" do PT, é razoável dar razão ao rapper. Afinal, o sonho dessa turma é sair nas páginas amarelas (ou seriam amareladas?) da Veja, na capa da Folha e na bancada do Jornal Nacional. Lutar pela democratização da mídia sem criticar a mídia é como cantar a rebeldia e aparecer no comercial de operadora de celular, não é mesmo D2?

Agora, se ele fala de Lula e Dilma Rousseff, que tiraram 19 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média, sua declaração pode ser equivocada. E perigosa.

Dada a sua grande influência e admiração entre o público jovem, Marcelo D2 pode contribuir para mostrar aos seus fãs que Lula é Dilma e Dilma é Lula.

Melhor que ele relembre sua epístola, escrita e gravada em 2006. Ou será que como Marina Silva perdeu a memória?

Eduardo Pessoa

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